Ao comemorar 25 anos de fundação da sua fábrica em São José dos Pinhais, no Paraná, a Renault anunciou novos investimentos no Brasil para a fabricação de um SUV médio, do segmento C, maior do que o Kardian (que começa a ser produzido em março do ano que vem). O novo modelo ainda não tem data para início de fabricação. Será um lançamento global e feito apenas no Brasil, para consumo local e exportação para a América Latina.
O carro terá motor a combustão, com sistema flex, mas não terá opção de tecnologia híbrida. O CEO da Renault da América Latina, Luiz Fernando Pedrucci, esclareceu que o veículo tem opção de usar a eletrificação, mas inicialmente não vai contar com essa tecnologia. A propósito, a empresa considera que o futuro é, sim, elétrico, mas a transição da combustão para a eletrificação terá ainda um longo caminho a percorrer.
“A transição é longa. A Europa começou a eletrificação em 2012 e só agora conta com um volume expressivo, sendo apenas 15% elétricos puros e 35% de híbridos, portanto, metade das vendas no Continente ainda é de motor a combustão”, disse o presidente da Renault do Brasil, Ricardo Gondo, esclarecendo que a transição será ainda mais lenta no Brasil, considerando a realidade do país, onde o poder aquisitivo do consumidor é muito inferior ao do europeu. “A Europa subsidia o carro elétrico e mesmo assim a transição é lenta. No Brasil, um subsídio nesse sentido não faz o menor sentido”, disse Gondo.
A avaliação dos dirigentes da marca francesa é de que o “pico” do consumo de carros a combustão está longe, pois existem vários mercados que vão continuar a consumir esse tipo de tecnologia por muito tempo ainda.
A fábrica da Renault no Paraná produz hoje o Kwid, a picape Orock, o Duster e a van Master. O investimento de R$ 2 bilhões na unidade, anunciada nesta segunda-feira (4/12/23) ao vice-presidente da República, Geraldo Alkmin – que esteve presente na cerimônia dos 25 anos da unidade – faz parte do investimento global no grupo de três bilhões de euros e que prevê o lançamento de oito veículos até 2027. (AutoInforme)