Se não fosse pelos faróis, retrovisores e outros equipamentos exigidos por lei para que o modelo 2008 da consagrada Yamaha YZF-R1 possa rodar nas ruas, poderia facilmente ser confundida com a Yamaha YZR-M1 pilotada por Valentino Rossi na MotoGP.
Pode parecer que você já leu essa história antes, mas realmente essa nova R1 traz para as ruas inovações e tecnologias antes vistos somente em motos de corrida. Nova dos “pés a cabeça”, a R1 traz um motor ainda mais potente com diversas inovações mecânicas, três mapas eletrônicos de desempenho, embreagem deslizante e um novo quadro de alumínio.
Mas sem dúvida a grande novidade da R1 2010 é o propulsor de quatro cilindros em linha, DOHC, com refrigeração líquida que manteve a mesma capacidade cúbica do anterior: 998 cc. Mas as semelhanças com o motor que equipa sua antecessora param por aí. Tudo – do virabrequim ao cabeçote – é novo.
Aliás, o virabrequim do tipo “crossplane”, como os utilizados nos motores V8, é a grande novidade desta R1. Originário do motor da YZR M1 do piloto de MotoGP Valentino Rossi, nesse tipo de virabrequim cada biela está posicionada a 90°. Dessa forma, o intervalo de ignição não sequencial (270°-180°-90°-180°) proporciona um torque ainda mais linear e controlável. Um sentimento único nunca antes experimentado pelos motociclistas. Esse virabrequim crossplane e cada cilindro “explodindo” individualmente são novidades mecânicas inéditas em motos de rua. Com essa tecnologia o torque inercial do motor que compõe o torque máximo da moto é minimizado. Isso faz com que o torque transferido à roda traseira tenha uma relação muito próxima de 1:1 com o torque proveniente da câmara de combustão, controlado pela mão do piloto no acelerador. Isso significa uma entrega de torque mais linear. Proporcionando um controle mais preciso da aceleração.
O torque da nova R1 está ligeiramente superior, porém mais constante: agora são 11,8 kgf.m a 10.000 rpm, contra os 11,5 kgf.m do modelo anterior – isso sem a indução direta de ar que atua em altas velocidades. A potência também aumentou timidamente sem a indução de ar. Subiu dos 180 cv anteriores para 182 cv a 12.500 rpm.
Outras novidades do modelo 2010 são a adoção de uma embreagem deslizante, bastante útil nas reduções bruscas de marcha antes de contornar curvas, e três mapas de ignição do motor. Utilizado pela primeira vez em uma moto de série da Yamaha, o sistema de escolha de mapeamento do motor, chamado de D-mode Map da Yamaha, oferece três diferentes modos: standard para diversos tipos de pilotagem; modo A para respostas mais esportivas; e o modo B para respostas mais “gentis” do acelerador.
Claro que as qualidades do modelo anterior, tais como acelerador eletrônico e dutos de admissão variáveis, também equipam a YZF-R1 2010. Tudo controlado por um moderno módulo eletrônico.
Mas as alterações não ficaram apenas no motor. O quadro Deltabox em alumínio também é totalmente diferente do anterior. Além de apresentar um equilíbrio ainda melhor entre rigidez e flexibilidade, ficou mais compacto. Centralizando as massas e reduzindo o centro de gravidade de toda a motocicleta.
Suspensões, freios, um pneu traseiro com nova medida 190/55-17 e o até então inédito amortecedor de direção eletrônico foram projetados para melhorar ainda mais essa superesportiva de 1.000cc.
Quanto ao design, a Yamaha não houveram mudanças radicais, mas estas são facilmente perceptíveis. A carenagem frontal está mais “pontuda” e com dois canhões de luz. Na traseira, os escapamentos ganharam formas triangulares e a lanterna de LED também tem novo desenho. Além de ela parecer mais compacta.
As mudanças no chassi e no motor são as mais significativas nos últimos 11 anos de história da motocicleta – a Yamaha YZF-R1 foi lançada em 1998. Já a venda em cor única, preta, tem preço sugerido de R$ 64.218,00.