Na divulgação dos resultados da indústria automobilística de junho, a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) revelou novas projeções de vendas, produção e exportação de autoveículos para 2017. Essas projeções apontam um crescimento de 35,6% nas exportações, o que significa chegar ao fim deste ano com 705 mil unidades enviadas para outros países – o crescimento previsto anteriormente era de 7,2%.
Esta mudança, em conjunto com a diminuição da participação de importados, levou a uma previsão maior também na produção: saltou de 11,9% para 21,5%, alcançando 2,62 milhões de unidades ao término do ano. Para as vendas ao mercado interno a previsão manteve-se inalterada, assim como o segmento de máquinas agrícolas e rodoviárias.
Para Antonio Megale, presidente da Anfavea, a revisão foi necessária em decorrência, essencialmente, do resultado positivo das exportações:
“Nossa previsão inicial para as exportações já era bastante relevante, mas com o aumento mês a mês do resultado foi preciso rever nossos números para cima, o que é extremamente importante para o setor automotivo por impactar diretamente na produção. Entretanto, o resultado do mercado interno ainda apresenta estabilidade e não é suficiente para ocupar a capacidade ociosa que a indústria apresenta”.
Resultados
Em relação ao licenciamento de autoveículos, o mês de junho manteve-se praticamente estável em relação ao mês de maio, com 195 mil unidades contra 195,6 mil vendidas em maio. Se comparada a junho de 2016, obteve crescimento de 13,5%, quando foram vendidas 171,8 mil unidades. No primeiro semestre deste ano 1 milhão de unidades foram comercializadas, crescimento de 3,7% ante as 983,5 mil de 2016.
De acordo com Megale “a média diária de vendas em junho foi a melhor do ano até agora e este é o segundo mês consecutivo de crescimento sobre o mesmo mês do ano anterior. Isto representa mais um sinal da estabilização no comportamento dos negócios da indústria automobilística. Se tivermos um ambiente político mais estável e com alguns indicadores macroeconômicos positivos, a tendência é de retomada”.
As exportações apontaram para mais um recorde para a indústria automobilística este ano: foi o maior volume exportado em um primeiro semestre na história. Com 372,6 mil unidades enviadas para outros países em 2017, houve um aumento de 57,2% ante as 236,9 mil do ano passado. Somente em junho foram negociadas 66,1 mil unidades, 9,3% abaixo das 72,8 mil de maio e 40,9% maior no comparativo com as 46,9 mil de junho de 2016.
Na produção, o sexto mês deste ano registrou 212,3 mil unidades fabricadas – diminuição de 15,4% contra as 250,9 mil de maio e acréscimo de 15,1% na análise com as 184,5 mil de junho de 2016. No acumulado do ano o setor apresentou resultado superior em 23,3%, com 1,3 milhão de unidades em 2017 e 1 milhão no ano passado.
As vendas de caminhões no acumulado do ano ficaram em 21,5 mil unidades: queda de 16,1% na análise com as 25,6 mil do ano passado. No último mês 4,2 mil unidades foram comercializadas, crescimento de 2,8% frente as 4,1 mil de maio e estável com junho do ano passado.
Os fabricantes de caminhões produziram em junho 6,8 mil unidades, menor em 10,3% sobre as 7,6 mil de maio e superior em 22% no comparativo com as 5,6 mil de junho de 2016. No semestre, 36 mil caminhões saíram das linhas de montagem, o que significa expansão de 15,3% ante as 31,2 mil do ano passado.
Os embarques para outros países ficaram em 2,8 mil unidades em junho – aumento de 9,9% ante as 2,5 mil de maio e de 62% frente as 1,7 mil de junho do ano passado. Até o sexto mês do ano 13,6 mil caminhões foram exportados, alta de 45,4% em relação as 9,4 mil de igual período do ano passado.
No segmento de ônibus, as vendas em junho foram de 1,3 mil unidades, crescimento de 17,4% contra as 1,1 mil de maio e de 27,6% no comparativo com as 982 unidades de junho de 2016. No acumulado o resultado apresenta retração de 13,8% ao comparar as 4,9 mil unidades de 2017 com as 5,7 mil do ano passado..