Motocicletas e bicicletas se firmaram, definitivamente, como modais de transporte individual em todo o Brasil. Para se ter ideia, pesquisas realizadas pelo Ministério da Saúde revelam que a média de usuários de motos e bicicletas nas indústrias varia de 25% a 30% do total de trabalhadores. Na garupa dessa tendência, no entanto, veio junto o crescimento dos acidentes que podem afastar um colaborador por muito tempo. Cerca de 68% dos afastamentos de trabalho por acidente de percurso são de pessoas que estavam indo ou voltando do trabalho conduzindo sua bicicleta ou motocicleta.
Esta realidade é uma questão a mais para profissionais de Recursos Humanos e Saúde e Segurança do Trabalho: como reduzir estes afastamentos por acidente de percurso? Afinal, todo o cuidado com a segurança no ambiente de trabalho pode ser comprometido quando o colaborador passa do portão para fora.
Ainda analisando as estatísticas, um estudo denominado Boletim Epidemiológico, do Ministério da Saúde, de 2021, apresentou resultados interessantes. O perfil das vítimas de motociclistas em lesões no trânsito é predominantemente do sexo masculino (88,1%), adultos jovens com idade entre 20 e 29 anos (30,8%), de escolaridade com 8 a 11 anos de estudo (39,6%) e solteiro (57,3%).
“Estes acidentes com motociclistas e ciclistas geralmente são causados pela falta de treinamento dos condutores”, explica Geraldo Tite Simões, instrutor de pilotagem da Academia Brasileira de Trânsito (Abtrans). Segundo Simões, a instrução das moto-escolas não é suficiente para enfrentar o trânsito nas ruas e estradas e os novos motociclistas mal sabem como usar os freios, complementa.
Nesse ponto que o mundo corporativo entra em cena. É fato que um colaborador se desloque em motos ou bicicletas. Não se trata apenas de uma paixão, ou gosto pelos veículos de duas rodas, mas uma necessidade. Mesmo que a empresa ofereça transporte privado, como os ônibus fretados, para muitas pessoas a moto, por exemplo, representa a chance de levar o filho para escola, a esposa para o trabalho, dormir uma hora a mais, ou até mesmo usar este tempo para estudar – além do baixo custo de manutenção.
A verdadeira e efetiva solução para redução dos acidentes de percurso com motociclistas e ciclistas é o treinamento especializado. Por meio de palestras, exibições técnicas e mesmo cursos práticos, a empresa terá a oportunidade de oferecer aos seus colaboradores aquilo que o departamento de trânsito não conseguiu fazer: ensinar de forma adequada e com mais tempo dedicado.
Ferramentas disponíveis
Dentro do cardápio oferecido pela Abtrans para o mercado corporativo, destacam-se:
- Organização de SIPAT – Apoio e material técnico para eventos específicos, criação de campanhas educativas.
- Palestras educativas – Que podem ser realizadas de forma presencial, ou online, com projeção de filmes e estudos de casos.
- Palestras demonstrativas – Neste caso, apenas de forma presencial. Após a palestra, o instrutor convida o público para um espaço aberto e realiza alguns exercícios com a moto. São realizados exercícios de frenagem, desvio, postura, foco etc.
- Curso prático – Esta é a melhor receita para redução e até eliminação dos acidentes de percurso. Sem uma formação adequada, motociclistas e ciclistas desenvolvem vícios difíceis de eliminar. Para a realização do curso é preciso uma área asfaltada com cerca de 2.000 m2, isolada de veículos. No curso são ministradas técnicas de frenagem de emergência, desvio (contra-esterço), curvas, pilotagem com garupa, postura, manutenção preventiva (com checklist das motos), entre outros pontos.
- Consultoria – A ABTRANS pode, ainda, elaborar um plano de consultoria que vai além dos cursos. Neste plano, criam-se estratégias para o incentivo do uso de equipamentos de segurança, a importância da manutenção preventiva e até comunicados via redes internas ou mídias sociais. O objetivo é manter o foco na prevenção de acidentes, inclusive nos fins de semana, quando entra em cena um componente altamente perigoso: a ingestão de álcool e drogas. Para sensibilizar o público, os especialistas da ABTRANS realizam uma vivência com óculos de simulação de embriaguez. Com estes óculos tem-se a visão de uma pessoa que ingeriu bebida alcoólica.
“Nossa meta é zerar os acidentes de percurso com motos e bicicletas, por meio de uma conscientização dos riscos, pelo amor à vida e à família, o respeito à empresa e implantar uma filosofia de segurança que se estenda por todas as atividades”, conclui Geraldo Tite Simões, responsável didático pelos cursos da Abtrans.