Um dos primeiros projetos mundiais lançados no Brasil foi o Chevrolet Chevette, que começou a ser vendido no primeiro semestre de 1973. Com uma legião de fãs, o modelo de entrada da marca americana, tinha tração traseira, motor moderno para a época de 1,4 litro e um bom porta malas. O espaço interno não era dos melhores, mas tinha bom acabamento e era confiável.
O Chevette chegou para fazer frente ao Volkswagen Fusca, que estourava de vendas naqueles anos. Foi um ano (1973) com vários lançamentos, como o Dodge 1800 (Polara), VW Brasília e Ford Maverick. O modelo, que completou 50 anos, parou de ser fabricado 20 anos depois, em 12 de novembro de 1993, após 1,6 milhão de unidades produzidas.
Chamado de Projeto 909 pela General Motors do Brasil, o Chevette era derivado do europeu Opel Kadett.
O motor moderno para a época de 1,4 litro, desenvolvia 68 cavalos e 9,8 mkgf de torque, tinha um carburador simples e era mais potente que o seu concorrente da Volkswagen, que tinha 46 cavalos e 7,1 de torque. Leve, 880 quilos, tinha bom desempenho. O Chevette chegava a 140 quilômetros por hora e acelerava de 0 a 100 quilômetros por hora em 19,1 segundos. A transmissão era manual de quatro velocidades.
Para aqueles tempos era muito bom. Para se ter uma ideia, o Opala bem mais pesado, com motor quatro cilindros de 2,5 litros, chegava á mesma velocidade e era mais lerdo na aceleração. Mas outra grande vantagem em cima do Fusca, era o consumo: medias de 11 km/litro na cidade e 14 km/litro na estrada.
Lançado em versão única, o Chevette ganharia dois anos depois uma versão mais simples, a Especial e em 1976, duas versões mais equipadas: a L e SL. Para o GP brasileiro de Fórmula 1 de 1976, patrocinado pela General Motors, a marca produziu um modelo muito especial, o Chevette GP. Com faixas esportivas, rodas com sobre-aros cromados e volante esportivo, tinha um melhor desempenho e 72 cavalos.
O sucesso foi tamanho que logo foi lançado o GP II. Originalmente o projeto era para equipar o sedanzinho com um motor do Opala, de quatro cilindros 2,5 litros, mas por falta de tempo ou custos, nunca foi lançado.
Em 1981, chegava a versão S/R muito esportiva, atraente e com motor mais potente de 1,6 litro e 80 cavalos. Foi um sucesso. Tentava encarar de frente o Fiat Rallye e o VW Passat TS.
Renovação
Em 1978 o modelo de entrada da Chevrolet ganharia seu primeiro face-lift. E em 1979, a versão de quatro portas, que na época era condenada pela maioria dos consumidores e era quase toda destinada a frotas e taxis. A versão com quatro portas durou 9 anos.
Para ganhar o publico jovem, a GMNB lançou uma versão “Jeans”, com o interior que lembrava as tradicionais calças azuis e sem nenhum cromado. Em 1980 o motor 1,6 litro substituiria o cansado 1,4 litro, por exemplo.
O sucesso fez que o modelo ganha-se várias derivações, como a perua Marajó, que enfrentava a Ford Corcel Belina II e Fiat Panorama, e a picape Chevy 500, que tentou fazer frente á Fiat Picape. A Chevy tinha a vantagem de ser a única com tração traseira, o que ajudava em situações mais criticas.
Mas as grandes surpresas chegaram em 1985, com a versão de transmissão automática e em 1987 com o ar-condicionado.
Em 1988 chegava o motor 1.6/S, com carburador de corpo duplo e bem mais equipado. O modelo agora tinha 82 cavalos.
Em 1991, com a febre dos carros populares, a General Motors do Brasil, de maneira atabalhoada, lança o Chevette Júnior, com um “retrabalho” no motor 1,6 litro que virou “manco” 1,0 litro. Com apenas 50 cavalos, contra 66 cavalos do Fiat Uno Mille, foi o começo da derrocada do modelo que marcou a história da indústria automotiva.
Em 1989, com a chegada do Chevrolet Kadett, muito mais moderno, espaçoso e harmonioso, mesmo sendo mais caro que o Chevette, acabou sendo a preferência dos consumidores. E em 1993 o modelo teve sua produção encerrada, dando lugar, no ano seguinte, ao que viria a ser um dos maiores sucessos de vendas do mercado nacional: o Corsa. Mas isso é outra história.