A Fiat projeta para as próximas semanas a volta do Tipo ao mercado nacional. No mês de fevereiro, várias unidades do modelo foram flagradas em testes no interior de São Paulo. Além disso, a marca busca um hatch médio para enfrentar Volkswagen Golf e Ford Focus no mercado. O Tipo chega para ocupar uma faixa que era ocupada pelo Bravo e Línea.
O modelo já passou pelo País há alguns anos. Embora a estadia tenha sido curta, o sucesso do modelo foi instantâneo e estrondoso. Importado da Itália, o Tipo chegou ao Brasil em 1993, em versão única de duas portas e motor 1,6 litro, logo em seguido chegou a versão com quatro portas. Mesmo que com desempenho tímido, por conta de seu peso, o carro conquistou o coração dos brasileiros pelo amplo espaço interno, o consumo de gasolina consideravelmente baixo, que chegou a fazer em média 13 km/l, e, principalmente, pelo preço atrativo, já que na época, o preço do dólar era próximo ao do real. O modelo importado era completo, com ar condicionado, direção hidráulica, conjunto elétrico e airbags – itens que só eram encontrados em carros topo de linha. O preço, pouco mais de R$ 15.000. O carro tornou-se, na época, um dos mais vendidos do país, atrás apenas do Volkswagen Gol e do Fiat Uno.
Com o sucesso, a marca importou mais duas versões: a SLX, com motor 2 litros e a versão esportiva de duas portas, também com motor 2 litros, mas com 16V, chamada Sedicivalvole. Em 1995 o aumento da alíquota de importação e do dólar fez com que a Fiat revisse sua estratégia de importação do modelo. A marca acreditando na continuidade do sucesso do modelo, iniciou a produção nacional, em Betim (MG). No final de 1995, chegou a versão brasileira, com motor 1,6 litro mpi. A sigla indicava a nova injeção multiponto adotada, que deixou o modelo 10 cavalos mais potente, passando de 82 para os 92 cv. Outra novidade para o modelo brasileiro era a introdução dos airbags. O carro foi o primeiro nacional a utilizar esses itens de segurança. No entanto, a produção do, até então, surpreendente Tipo durou apenas um ano. O fato de deixar de ser importado, febre na época –, o aumento no preço e as dificuldades financeiras, fizeram com que as vendas caíssem e a Fiat encerrasse sua produção. A decisão foi tão inesperada que a marca italiana demorou dois anos para encontrar um substituto. A dúvida ficou entre os modelos Bravo e Brava. O fato de ser equipada com quatro portas deu a vantagem a Brava.
A mais nova geração do Tipo foi apresentada esse ano na Europa, em três versões: sedã, hatch e perua. O modelo a ser vendido e produzido, futuramente, no Brasil contará com as versões hatch e sedã. O encerramento da produção dos modelos Linea, Ideia e, principalmente, do Bravo abrem espaço para a volta do Tipo.