Otazú estreia na Fórmula Vee

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A extraordinária vitória, precedida de pole position e volta mais rápida em uma seletiva promovida pelo Campeonato Clickspeed de Kart Amador, abriu caminho para Alberto Cesar Otazú estrear na Fórmula Vee.

O prêmio pela conquista era uma sessão de treinos com o monoposto que utiliza motor Volkswagen de cerca de 100 hp, com a orientação de Wilson Fittipaldi Jr. No entanto, o ex-piloto e construtor de F-1, e o empresário Flavio Menezes, da F/Promo, ampliaram o convite para que o jovem de 16 anos de idade tivesse a sua primeira experiência correndo na segunda etapa do Campeonato Paulista de Fórmula Vee, no dia 1º de abril. Depois este convite viria a ser estendido para que Alberto Cesar corresse também no GP José Carlos Pace, no dia seguinte.

Confira o depoimento do jovem estudante do ensino médio em escola pública, que teve a grande chance de sua vida, através de seu esforço e competência, aliada à colaboração de experientes mecenas do automobilismo que acreditam em seu talento:

“Eu só tenho que agradecer este convite e a confiança que depositaram em mim. Como eu tinha feito em dezembro o curso na Alpie Escola de Pilotagem, eu já conhecia um pouco o circuito de Interlagos e me senti preparado para estrear com o Fórmula Vee”, comentou Alberto Cesar.

Minha estreia na Fórmula Vee foi um aprendizado muito grande, pois desde o primeiro treino tive de enfrentar problemas técnicos. E com a ajuda dos mecânicos, que me auxiliaram muito bem, eu pude aprender um pouco como funciona um final de semana de corrida com esse tipo de problemas, e ainda pude aprender sobre o carro.

Foi uma experiência totalmente nova, porque eu nunca tinha pilotado um carro de Fórmula. A pilotagem é um pouco diferente da tocada do kart, mas o carro passa muita segurança, então não achei a adaptação muito difícil.

309400_694721_otazu_20170401_andrelemes_002_pressNo primeiro treino acabei dando apenas uma volta porque a mangueira de combustível não estava bem presa e acabou soltando no começo da minha segunda volta, o que acabou com o meu primeiro treino. Já no segundo treino livre eu tive alguns problemas com o motor a ar, que falhava e não passava de 5.500 giros, e com o trambulador, dificultando o engate das marchas. Fiz só quatro voltas acelerando e o meu melhor tempo foi 2min04s354.

Na minha primeira classificação, debaixo de chuva, uma experiência nova pra mim com carro, os problemas de motor e trambulador persistiram e completei apenas seis voltas, fazendo o tempo de 2min16s413, que me colocava em oitavo no grid entre os 13 pilotos inscritos. Só que por um erro de cálculo do consumo de combustível, faltaram três quilos para o peso mínimo e fui desclassificado.

Acabei largando em último em minha estreia, com o agravante de que eu não tinha mais a segunda marcha. Tive que partir em primeira – o normal é em segunda – e logo depois passar direto para a terceira marcha, o que me fez perder muito tempo na largada. Acabei fazendo o meu melhor tempo – 2min03s367 – do final de semana, e mesmo com o motor falhando muito e não passando dos 5.500 giros terminei em oitavo. Mas mais uma vez por erro de cálculo de consumo de corrida fui desclassificado pela falta de apenas um quilo.

Como não teve o segundo treino de classificação, larguei em último novamente, e ainda com os mesmos problemas de motor e câmbio, porém com o asfalto molhado. Eu tive a iniciativa de pedir para o mecânico Magrão para baixar o carro e a calibragem dos pneus, e o chão do carro ficou bem acertado. Mesmo perdendo muito tempo na largada por falta da segunda marcha, eu fui acompanhando o ritmo dos líderes e fazendo ultrapassagens, e quando estava passando para quinto ainda na primeira volta na curva do Pinheirinho, recebi um toque de outro piloto, que escorregou devido ao piso molhado, e acabei tocando no guard rail, onde acabou a corrida para mim, sem completar a primeira volta.

Eu obviamente não fiquei feliz, mas também não fiquei triste com tudo o que aconteceu. Eu tirei tudo como um aprendizado. Eu gostei do carro, senti confiança no carro. Não senti medo nenhuma hora, não fiquei ansioso, fiquei supertranquilo em todos os momentos. Só tentei extrair o máximo de cada momento. Mesmo tendo apenas 30 voltas de experiência, percebi que quando tiver na mão um Fórmula Vee sem problemas, tenho condições de andar entre os cinco primeiros”.

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