Stock Car abre a temporada no domingo

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A Stock Car abre neste domingo em Goiânia a sua 39ª temporada em meio a um cenário capaz de provocar inveja nas demais modalidades esportivas brasileiras, com a exceção única do futebol. A crise que atinge grande parte da economia brasileira parece estar passando bem longe da indústria farmacêutica. Pelo contrário: com presença maciça no grid de 30 carros, as empresas do setor estão esbanjando saúde na principal categoria do automobilismo nacional. As principais marcas ampliaram o investimento numa modalidade na qual estão fincadas há muito tempo ou retornam com maior ímpeto – como é o caso da paranaense Prati-Donaduzzi, que ficou de fora do campeonato de 2016 e volta agora num esquema mais ambicioso e disposta a brigar pelo título.

A forte presença dos laboratórios nos boxes é uma característica única da Stock Car e não encontra paralelo em nenhuma outra divisão pelo mundo afora, onde a atuação da indústria farmacêutica é tímida. Neste ano, além do regresso da Prati-Donaduzzi novamente nos carros dos pilotos Antonio Pizzonia e Julio Campos e numa das melhores equipes do País (RMattheis), a Cimed – atual campeã – aumentou o apoio de dois para quatro carros e contratou o pentacampeão Cacá Bueno. A Eurofarma – outro nome de peso da categoria – acrescentará o carro de Daniel Serra à já tradicional dupla formada por Ricardo Maurício e Max Wilson. A Blau Farmacêutica, depois de passar o período de 2012 a 2016 com a presença secundária junto ao piloto Allam Khodair, decidiu investir com exclusividade nos carros dos gaúchos César Ramos e Márcio Campos. Mais antiga patrocinadora da Stock Car, da qual participa já há duas décadas, a Medley seguirá na Stock, embora reduzindo sua participação para 30% do carro de Rubens Barrichello. Outras marcas permanecerão como co-patrocinadoras.

308607_691827_foto_3A Prati-Donaduzzi não esconde os objetivos ambiciosos desde o primeiro dos três anos de contrato com a equipe comandada tecnicamente por Rodolpho Mattheis e que contará com a consultoria do pai, o experiente e vencedor Andreas Mattheis. A meta é subir ao pódio com regularidade, conquistar vitórias e nem a luta pelo título, numa série em que há pelo menos 12 nomes com chances de ser campeão, não é mais descartada. A chegada do engenheiro Guilherme Ferro reforçou a área técnica da equipe e os resultados iniciais foram mais do que animadores. Campos foi o 4º mais rápido dos treinos extras da quinta-feira, andando a cerca de dois décimos do tempo de Serra, o mais veloz das duas sessões. E Pizzonia, ainda se readaptando depois de um ano em que disputou apenas duas corridas, também impressionou pelo ritmo forte imposto desde as primeiras voltas.

Os números, sabidamente elevados, são mantidos em sigilo. A pujança da Stock Car, vitaminada pela maciça injeção de recursos das farmacêuticas, contrasta com o panorama desolador exibido pelas demais modalidades esportivas nacionais. Nem mesmo o voleibol, um antigo sucesso de público e com altos salários pagos aos principais astros e estrelas, escapou da recessão, agravada com a fuga de patrocinadores depois dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro em 2016. Até mesmo atletas medalhados nos jogos vêm encontrando dificuldades para levar a carreira adiante.

No campo desportivo, há novidades desde os treinos classificatórios, que regressaram a um antigo formato utilizado no passado e inspirado nas três sessões eliminatórias da Fórmula 1. O sistema de rodada dupla foi alterado e a segunda corrida passa agora a ter os mesmos 40 minutos da primeira, mas ainda com pontuação menor. Um painel de LED no teto dos carros mostrará ao público nos autódromos e na tevê o momento da utilização do botão de ultrapassagem, por meio de luzes verdes. O calendário de 12 etapas foi mantido, com a estreia do circuito Velo Città, em Mogi Guaçu (SP), e a volta de Buenos Aires (Argentina) depois de 10 anos. Domingo, as largadas estão marcadas para as 13 e 14 horas, respectivamente.